Caso muito ilustrativo publicado no NEJM ([link](https://www.nejm.org/doi/pdf/10.1056/NEJMicm070984?articleTools=true)):
Uma paciente do sexo feminino, com 31 anos de idade, que havia passado por nefrectomia bilateral devido a angiomiolipomas associados à Esclerose Tuberosa, recebeu um transplante renal com uma função inicial do enxerto satisfatória. No entanto, ao longo da evolução do caso, a paciente desenvolveu uma lesão renal aguda (IRA) e oligúria, seguidas pela deposição generalizada de cristais de oxalato de cálcio em cerca de 30% dos túbulos renais (ver Painéis A e B, corados com hematoxilina e eosina).

A paciente também apresentava depósitos abundantes de oxalato na pele semelhantes à gota tofácea, mas sem hiperuricemia, como evidenciado nos Painéis C e D). A microscopia de polarização confirmou a presença de oxalato em uma amostra desses depósitos (ver Painel E).
Após a identificação de níveis plasmáticos elevados de oxalato, que estavam em 62 μmol/L (valor normal, <2), e a descoberta do histórico de automedicação com vitamina C (2 g por dia durante 3 anos enquanto em diálise), foi estabelecido o diagnóstico de oxalose secundária.
Normalmente, o excesso de ascorbato é excretado de forma inofensiva na urina. No entanto, em pacientes com insuficiência renal, ele é retido e convertido em oxalato insolúvel, podendo se acumular em vários órgãos.
Portanto, é importante evitar a terapia com altas doses de vitamina C em
pacientes com insuficiência renal.